Esclerose múltipla: sintomas, tratamento e a importância dos exercícios

Nos últimos anos, debates sobre a esclerose múltipla têm ganhado mais espaço na mídia. Parte dessa visibilidade se deve a atitude superpositiva de figuras públicas, como a atriz Ana Beatriz Nogueira, que decidiram falar de peito aberto sobre suas vivências com a EM, uma doença autoimune que acomete preferencialmente adultos jovens, na faixa etária entre 20 e 40 anos, sendo mais comum em mulheres. Apesar de não ter cura, muitos pacientes conquistam qualidade vida, combinando tratamento medicamentoso, multidisciplinar, alimentação equilibrada e exercícios físicos.

A esclerose múltipla acontece quando o próprio sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina — uma ‘capa’ de gordura que reveste os neurônios, responsáveis pela velocidade dos impulsos nervosos. Esse processo pode gerar diferentes sintomas, ditos surtos, entre eles: fraqueza, problemas na visão, formigamento em um lado do corpo e alterações de coordenação motora. A característica mais forte da EM é a imprevisibilidade dos surtos, que podem ocorrer a qualquer momento. O problema é que alguns pacientes ou mesmo profissionais de saúde não dão importância às primeiras manifestações, que vão e voltam, e acabam recebendo o diagnóstico tardiamente. Por isso é muito importante buscar tratamento e investigar a causa dos sintomas.

A esclerose múltipla tem tratamento?

Com o diagnóstico confirmado, o tratamento medicamentoso pode prevenir a ocorrência de novos surtos. Este é feito com o uso de imunomoduladores ou imunossupressores. Já os corticoides, reduzem a intensidade dos sintomas em sua fase aguda. Ambos ajudam a minimizar o impacto negativo provocado na vida dos portadores de esclerose múltipla. Para complementar o tratamento, é importante que o paciente também busque levar uma vida saudável, associando a prática de exercícios físicos à boa alimentação.
Com a medicação correta, e demais medidas, o paciente consegue passar longos períodos sem surtos e ter qualidade de vida.

Praticar exercícios físicos é importante para o tratamento da esclerose

Fazer atividades físicas com regularidade é uma ótima ideia para qualquer pessoa, mas para os pacientes que convivem com esclerose múltipla, é ainda mais importante. De acordo com o neurologista Gutemberg Santos, em um passado não muito distante, os médicos recomendavam que os pacientes com esclerose evitassem o exercício, por receio de agravar os sintomas.

“Isso mudou! Vários estudos mostram o papel fundamental dos exercícios na diminuição da fadiga, no controle das funções intestinais e da bexiga. Colocar o corpo em movimento também retarda a perda de volume cerebral e melhora as funções cognitivas. Outros benefícios estão relacionados à melhora no equilíbrio; aumento de força muscular localizada e da função cardiopulmonar”, explica.

O médico também reforça que o uso de corticoides pode gerar alguns efeitos – como ganho de peso e osteoporose – e para retardá-los, a atividade física interrompe o ganho de peso indesejado. Além disso, exercícios como caminhar, correr ou andar de bicicleta fortalecem os ossos e protegem contra doenças ósseas.

Pensando em incentivar os pacientes de EM a começaram a fazer atividade física, a Sanofi e o BTFIT lançaram juntos o Desafio Mexa-se. Disponível gratuitamente no aplicativo, o programa oferece aulas em vídeo semanais de pilates, yoga, dança e treinamento funcional: a sequência e a progressão foram pensadas especialmente para este público. Quer experimentar? Baixe o aplicativo na Google Play aqui e na App Store aqui.

Mitos sobre a esclerose

“Mulheres com esclerose múltipla não podem engravidar”. Falso. Elas podem engravidar, mas há a possibilidade de ter que interromper a medicação durante a gravidez. O ideal é alinhar tudo com o neurologista responsável pelo caso. A gestação inclusive reduz a frequência de surtos e inflamações. Mas é preciso ter cuidado: quando a mulher volta a tomar os remédios, ela não pode amamentar, pois ainda não se sabe de que forma os medicamentos passam para o leite.

“Quem tem esclerose múltipla não tem uma vida normal com qualidade”. Tem sim! Com o acompanhamento adequado, uma alimentação saudável, exercícios físicos regulares e a manutenção da vida social em alta, uma pessoa que tem essa doença pode viver muito bem. Atividades físicas de intensidade moderada melhoram o humor e isso é essencial para quem se sente limitado pela esclerose. Então, é só não deixar de se mexer para que hormônios como a endorfina sejam produzidos durante o treino e isso é ótimo para garantir sensações de bem-estar.