Nós, brasileiros, somos oficialmente o povo mais ansioso de toda a América Latina, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde. Por aqui, quase 10% da população sofre do distúrbio da ansiedade. O panorama assusta, mas existem formas de controlá-la, como desacelerando o ritmo de vida, buscando apoio profissional e até praticando mais atividade física.
O termo “ansiedade’’ ainda gera algumas dúvidas. Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal, explica que a ansiedade basicamente é uma reação que pode ser tanto física quanto emocional. É normal ao ser humano, e todos nós sentimos em determinados momentos da vida, mas “o problema está no exagero, quando ela se transforma em um distúrbio, aí é necessário tratamento.”
Os sintomas físicos são sudorese, taquicardia, tremores, náusea, vômitos, boca seca, tensão muscular e respiração ofegante. Já os emocionais vão da sensação constante de que algo ruim vai acontecer, preocupação exagerada, dificuldade para dormir até problemas de concentração e pensamentos obsessivos.
Na análise da especialista, o aumento do número de casos de ansiedade é um reflexo de como a sociedade está lidando mal com a enxurrada de informações, volume de trabalho excessivo e com a própria tecnologia. “O mundo atual globalizado e conectado 100% do tempo contribui e muito para o aumento da ansiedade. São muitas as cobranças para que as coisas aconteçam rapidamente, ficando difícil colocar um limite para o término do período de trabalho e o início do lazer. A sensação é de que não damos conta. As redes sociais nos mostram os eventos que acontecem por aí e não temos condições de participar de tudo. Assim, aumenta a sensação de frustração e, consequentemente, a ansiedade”, esclarece.
Mas existem maneiras de colocar um ponto final neste ciclo vicioso. De acordo com Marina, o primeiro passo é rever o estilo de vida e procurar ajuda de um terapeuta. “Conseguir elaborar tudo isso na companhia de alguém com um olhar treinado fica mais fácil”, explica. Além disso, aprender técnicas de respiração, buscar fazer coisas prazerosas e meditar são atitudes que podem fazer a diferença, tanto para prevenir, quanto para controlar as crises, segundo a especialista. Entenda o que é mindfulness, uma modalidade de meditação.
Outro hábito que faz a diferença é praticar atividade física. “É fundamental que o ansioso faça exercícios físicos regularmente, pois assim ajuda a descarregar parte da ansiedade. Ele vai liberar a endorfina, hormônio da sensação do prazer. O cansaço proporcionado pelo exercício é gostoso, dá a sensação de missão cumprida e de estar se cuidando”, aconselha.